sábado, 7 de dezembro de 2013

Como vingar-nos sem querer

Hoje à hora de almoço distraí-me e deixei o meu chapéu (lembrei-me de o usar hoje, apesar de gostar sempre mais de ver nos outros) no restaurante onde almoçámos, pousado na cadeira. Só me lembrei uma meia hora depois, quando já estávamos no carro.
- O meu chapéu...!!!
- Perdeste-o?
- Ficou no restaurante!!!
Procurei logo o número do restaurante e liguei para lá.
- Boa tarde! Estive há pouco aí a almoçar e deixei um chapéu na cadeira...
- Não ficou cá nada, respondeu-me uma voz feminina nada simpática e calorosa.
- Não pode confirmar? Sei que deixei na minha cadeira. Estávamos na esplanada...
- Tenho a certeza. Não ficou nada.
- Mas...
- A sério, minha senhora. Já fizemos a vistoria e não está cá nada.
Desliguei, mas não estava convencida (sim, sou teimosa) e insisti com ele para irmos lá na mesma.  Demos meia volta e lá fomos. Escusado será dizer que o chapéu estava lá. Fui procurar a senhora que me tinha atendido ao telefone, para lhe dizer que afinal me tinha induzido em erro e que afinal estava ali. Encontrei um grupo de pessoas ao balcão.
- Desculpem, eu liguei para cá há pouco e falei com uma senhora... Sabe quem foi que atendeu?
- Foi comigo que falou, respondeu-me um dos homens.
- Ah não... Falei com uma senhora. Era uma voz feminina. Pode chamá-la, por favor? Era sobre um chapéu...
- Menina... Foi comigo que falou.
Acho que engoli em seco. Ele, meio corado. O resto do grupo em silêncio, alguns a conter o riso.
- Ahhh... Olhe é só para dizer que afinal o chapéu estava cá. Encontrei-o.
Devo ter feito o sorriso mais amarelo que já fiz. Dei as boas tardes e saí, com o chapéu debaixo do braço. Qual sermão qual quê? Já tinha feito ali estragos a mais, por ali.

2 comentários: