sábado, 19 de outubro de 2013

Já conhecem a Summer?

O filme deve ser conhecido de muitos. Eu própria já o tinha visto há uns anos, voltei a ver o ano passado e hoje apanhei-o a dar na TVI, durante a tarde. As reações que tive em cada uma das vezes foi diferente, talvez por também estar diferente o meu estado de espírito. Já adorei pelo ator (o Joseph Gordon-Levitt é tãaaaao bom ator), pela banda sonora e referências culturais (um filme que fala dos The Smiths, dos Beatles, do Graduate, de arquitetura, que tem a Sweet Disposition, Pixies e Carla Bruni como banda sonora tem que ser especial), pela surpresa da história de amor invulgar... Mas já odiei também exatamente por este último motivo, pela invulgaridade da história de amor.

Para aqueles que nunca viram, estou a falar do "500 days of Summer". A Summer é uma rapariga especial: veste-se com um estilo muito original, um pouco anos 60, tem um gosto apuradíssimo para música e cultura pop, e é, acima de tudo, alguém descrente do amor e independente. O Tom não demora nem dois segundos a apaixonar-se por ela. Só que a Summer diz desde o início que não quer nada sério, até porque, para ela, o amor não existe, é uma fantasia. O Tom diz que não se importa e que pode viver com isso. Mas a Summer dá-lhe a mão no Ikea. A Summer beija-o em pleno local de trabalho, junto às impressoras. A Summer dorme em casa dele. A Summer convida-o a dormir em casa dela. A Summer conta-lhe coisas que - sublinha - nunca contou a mais ninguém. A Summer ri-se do que ele lhe conta. A Summer fá-lo rir como ninguém. A Summer beija-o e faz-lhe festinhas com ternura. A Summer quer ir ao cinema com ele. A Summer quer ir jantar. E os dias passam. Mas a Summer também repete que não quer namorar, porque está bem assim. Se acabam juntos? Não posso revelar, não quero estragar a surpresa. 

Mas fico sempre a pensar nas Summer que há por aí. A Summer está por todo o lado, em cada mulher que a dada altura gostava de alguém, mas não o suficiente para namorar. A Summer está em cada mulher que, sem querer, magoou alguém que até tinha esperanças que ela mudasse. A Summer não é homem nem mulher. A Summer é toda a gente que já esteve com alguém sem certezas ou sem estar apaixonadíssima. A Summer irrita-me um pouco. Talvez porque eu própria já fui a Summer algures na minha vida. E sei que já magoei alguém mesmo quando achava que estava a agir bem. Ai as Summer... De qualquer maneira, já sabem: quando vos vierem com a conversa do "ai estamos bem assim, para quê complicar e namorar? Para quê dar nomes?" ou "amor? Não acredito em nada disso".... Fujam! Quem vos diz isso só quer passar um bom bocado e vai trocar-vos quando realmente se apaixonar. Fujam desse discurso. A menos que realmente queiram só um amor... de Verão.

4 comentários:

  1. Nunca fui uma Summer... Por 2 vezes tive tipos como descreves na minha vida e duas vezes tive um desgosto terrível. Acho que quando se está com alguém, só é bom quando estamos apaixonados. E não estou a falar de sexo, que é outra coisa, mas sim do dia a dia... Não queremos coisas pela metade!

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  2. Oh gostei tanto desse filme. E sempre me atirei de cornadura para uma relação, ainda bem. Chorei? Pois claro. E foi tão bom.

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  3. Adoro esse filme! Adoro o Joseph Gordon-Levitt, adoro a banda sonora do filme...adoro tudo...menos o que Summer representa. Mas vá lá que ela depois até percebeu o que é estar apaixonada e percebeu o que Tom dizia.
    Pena que já sofri com Summers e nunca fui uma (ainda bem!), mas isso fez com que o meu mecanismo de defesa ficasse activo e por vezes tento não dar muitaaaa importância ao amor, mas também não consigo contrariar quem sou. Uma tonta apaixonada! Se Summer não deu...sempre temos Autumn!

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  4. Mónica12:10

    Eu neste momento sou uma Summer. Como não quero magoar nenhum Autumn ou Spring ou Winter... arranjei um Summer como eu para já :P

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