sábado, 13 de abril de 2013

Sou uma pessoa de pessoas.

Desde que tive a minha cadela devo ter conhecido mais gente que no resto da minha vida. Os cães encurtam distâncias, sem dúvida. Basta levá-los à rua e, em menos de dois minutos, já alguém meteu conversa connosco, seja homem, mulher, jovem ou adulto. A verdade é que os cães têm fama de ser fiéis, leais e parecerem sempre agradecidos. Têm fama de perdoar tudo e de estar sempre contentes por nos ver. E, talvez por tudo isto, ou apenas porque sim, tornei-me, há dois anos, fã destes animais e já não imagino a minha vida sem a minha cadela ao meu lado. No entanto, nunca ninguém me ouviu dizer que gosto mais de animais que de homens. Continuo a ser uma pessoa de pessoas. Indiscutivelmente.

No meu antigo emprego, quando comprei a minha cadela, tive algumas surpresas neste campo. Dois dias depois de a ter comprado e de andar a apregoar o feliz que andava, cheguei à minha secretária e tinha duas moldura pousadas com fotografias dum gato. Pensei que seria algum erro. Confundiram o meu lugar com o de outra pessoa, com certeza! À hora de almoço, o erro foi esclarecido e a feliz proprietária dos passpartous estava lá a reavê-lo.
- Olá! Fui eu que deixei essa surpresa! Gostou? É o meu filho querido.
- Sim, é muito bonito, o gato.
- É a coisa mais bonita do mundo! Sabe, ouvi dizer que tinha um cão. Fiquei tão contente. Aconselho um animal de estimação a toda a gente! A sua vida vai mudar para melhor. Um animal é uma companhia para a vida. É leal. Não é como um homem que nos usa para o sexo e depois nos trai e sai de casa.
- Pois. Imagino que não. Pelo menos não foi com esse objectivo que comprei a minha cadela, gracejei.
- Os homens são uns traidores. Ao menos agora faço o jantar para o meu bebé, ele senta-se na mesa comigo, não resmunga, come e só agradece. E não foge com outra no dia a seguir!
- Pois...
- Só diz 'mamã', com um ar fofinho, muito querido.
- Como?
- Sim. Ele diz 'mamã' a miar.
- Ah...
- É tão esperto, a riqueza da sua mamã.

Adoro animais, mas não me interpretem mal: se um dia vier para aqui com um discurso destes, dêem-me por favor dois estalos e acordem-me para a vida. Os animais devem completar-nos a vida, não substituir a presença e o calor humano.

5 comentários:

  1. Por favor...sérios problemas tinha essa tua colega.

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  2. Anabela12:29

    Genial!!! :)

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  3. Já foi me falado que devemos tratar animais como animais e não como uma pessoa. Se alguém já viu o encantador de cães saberá os motivos.

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  4. A tua colega bate mal.....será que também substitui o homem pelo gato na cama? (oh god!) Além disso chamar filhos aos animais é mesmo de quem lhe falta um parafuso e dos grds!Os animais dão alegria à nssa vida e a verdade é que parecem da família, mas daí a trata-los assim....que exagero!

    coisasquetaiseafins.blogspot.pt

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  5. Anónimo16:00

    Quando precisamos dum chá não
    é o cão ou o gato que o faz.
    Tudo se quer no seu equilíbrio.
    Também sou uma pessoa de pessoa.

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