quinta-feira, 4 de abril de 2013

Força anímica

Instalei há dias uma aplicação nova no telemóvel: um dicionário. Ora, estava eu hoje de manhã a espreitar a palavra do dia (gosto de fazer isto todos os dias, é daqueles hábitos estúpidos que não sei como ganhei), quando decidi ver também as últimas pesquisas. Eram elas "anímico, anínimicas, anímica". Primeiro, confesso que não associei à notícia do dia, e limitei-me a rever a definição:
"adj.
Da alma ou a ela relativo (ex.: força anímica). = Psicológico, psíquico."

Só depois, ao ler novamente isto, percebi tudo. Muitas pessoas não compreenderam os motivos da saída de Miguel Relvas, responsável pelos Assuntos Parlamentares. "Saio apenas e só por entender que já não tenho condições anímicas para continuar", dizia o Ministro demissionário perante os jornalistas. Discretamente, pelo que agora percebo, metade das pessoas espreitava nos seus dicionários o significado daquela palavra. Não tinha condições anímicas? Como assim? Estaria doente? Uma maleita perigosíssima? Um vírus tropical? Estaria relacionado com factores económicos ou financeiros? Teria alguma ligação com a possibilidade da anulação eminente da sua licenciatura? Que queria dizer Miguel Relvas? Que condições eram essas, afinal, que o impediam de continuar?

Creio que todos terão tido a sua resposta, ao longo do dia. E a resposta é que o que falhou, afinal, foi a sua alma. Uma dor de alma profunda. Pois muito bem. Assim sendo, ele saiu com a dor de alma (só consigo lembrar-me do poema do António Gedeão), nós ficamos com a fusão das freguesias, com o Impulso Jovem e.... ironicamente cheios de força anímica, com a sua saída?

2 comentários:

  1. Eu acho que por ele ter dito essa palavra já merecia mais uma equivalência!

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  2. Anónimo02:54

    Bem visto Pipa, já foi tarde.

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