domingo, 31 de março de 2013

Empire state of friendship

Março de 2003. O mundo parava com o ultimato que o Bush fazia ao Iraque e os olhos todos estavam colocados sobre os Estados Unidos da América, de onde os discursos vinham. Alheias a tudo, no entanto, um grupo de amigas portuguesas subia ao Empire State Building, conhecia o MoMa, passeava por Times Square, o visitava o Museu de História Natural e decidia se ia ver o Fantasma da Opera à Broadway. Enquanto o mundo discutia o desarmamento ou a legitimidade dos Estados Unidos para tal exigência, aquele pequeno grupo de amigas apagava as 21 velas do bolo de uma delas no meio de irlandeses mal refeitos do St Patrick's Day. Enquanto as famílias lhes ligavam, preocupadas com o número anormal de polícias que viam nas ruas - através das reportagens transmitidas na televisão - aquele grupo de amigas ignorava tal agitação e sentia apenas que estava a viver o melhor tempo das suas vidas. Tinham apenas 20, 21 anos e passeavam, maravilhadas, pela "selva de betão onde os sonhos são feitos", como diz a música. O mundo era delas.

Hoje, tantos anos depois, vejo as fotografias daquele grupo de amigas, tão jovens e sonhadoras, e penso que o mundo pode não ser nosso, mas estas amigas mantive-as. Vejo-me a apagar as velas do meu bolo de aniversário, tão bebé, tão ingénua e orgulho-me por ter tido a sabedoria e maturidade para escolher bem as amigas, pelo menos.

Partilhámos horas e horas de música, de horas de ensaio sem fim (meu Deus), e risos, e risos, e tantas (demasiadas?) noites de festa, e viagens. Mas partilhámos também estudo, e livros, e apontamentos, e resumos, e exames. Partilhámos o nervosismo das vésperas e quase sempre o sucesso (uff) do depois. Partilhámos desabafos, sonhos, algumas lágrimas, e depois risos novamente, porque as amigas são para todas as ocasiões.

Hoje, dia de Páscoa, é a vez da R. soprar as (x) velas do seu bolo - não se deve relevar a idade duma mulher. R., não tiveste a sorte de o fazer do outro lado do oceano, mas sei que tens ao teu lado rios de amor. O trocadilho não é puro exercício de retórica: acredito que tens ao teu lado pessoas que te adoram, e que adoram as mil facetas que tens, desde a dona de casa perfeita e responsável até ao teu lado mais divertido e maluco. Um beijo enorme de parabéns a ti e um beijinho às restantes mosqueteiras musicais, à E. e I. Feliz viagem aquela em que, mais que as memórias da mesma, ganhámos um novo membro para aquele que viria a ser depois um quinteto.

2 comentários:

  1. Revi me no teu post....tb amo as minhas amigas e orgulho me de nao nos termos perdido ao longo do tempo....e de termos partilhado tanta coisa...ainda o fazemos! :) sao a minha segunda familia, mesmo....! Ah e como adorava ir a NY!

    Kissgrd

    ResponderEliminar
  2. Anónimo12:38

    Como o tempo passou a voar... Éramos unas bebés, realmente, e entretanto 10 anos já passaram! 10!! Foi muito bom partilhar contigo e com os restantes membros do quinteto, tantas e tantas experiências tão marcantes! E é por isso que vocês são especiais, porque por trás da amizade estão momentos que a reforçam. Muito obrigada por este texto tão carregadinho de boas lembranças! És uma querida ;) *** R.

    ResponderEliminar