terça-feira, 5 de março de 2013

A Manifestação, a Grândola e os anti-Troikas

Nota prévia: hesitei antes de escrever este post, porque sei que é um assunto delicado e que, tal como a religião, o futebol e as opções partidárias, também este tema mexe connosco e com as nossas convicções de forma profunda e visceral. Mas, tal como tenho amigos de outros clubes, de outras religiões e partidos, também tenho amigos que foram à manifestação e a amizade mantém-se intocável. Acho que dialogar e conhecer outros pontos de vista nunca fez mal a ninguém, e podemos aprender todos ao ouvir novas opiniões. Assim sendo, aqui vai o post.

Há um episódio que marcou o início da minha vida como adulta e que teve lugar no ano em que fui para a escola secundária. Foi nesse caso que, apesar de ser apenas uma criança de 12 anos, pré-adolescente e com curvas ainda mal definidas, me passei a sentir uma plena cidadã, com direitos e deveres. Sentia-me realmente adulta em actos como subir aquelas longas escadarias, em pormenores como assistir aos mais velhos a entrarem de mota, como cruzar-me com casais aos beijos à entrada, ou ainda em detalhes como ver grupos a fumarem os seus primeiros cigarros. Como em qualquer outra escola, também ali havia desde os grupos vestidos de preto, aos grupos vestidos de pólo, calças de ganga e All Star, os grupos de artistas, os grupos de motoqueiros ou ainda os grupos dos marrões. Eu andava ali perdida, com as minhas amigas, pré-adolescentes e caloirinhas como eu, observando os diferentes grupos nos seus diferentes habitats - entrada, pátio central ou traseiras. Não sabíamos ainda a que grupo havíamos de pertencer, mas sentíamo-nos gente grande. Eu sentia-me tremendamente madura e essa sensação preenchia-me de satisfação.
"O liceu". Eu fazia parte "do liceu". Aquilo enchia-me de orgulho e adorava repetir aquilo. Esse sentimento de pertença acompanhava-me. A campainha da sala tocava e eu saía lentamente, misturando-me com aquele mar de gente que caminhava pelos corredores na mesma direcção. Adorava aquela sensação de ser apenas mais uma, de pertencer a algo maior que eu.
Nessa sequência, quando, certo dia, determinado finalista me disse que, no dia seguinte, não ia haver aulas, porque íamos fazer greve, senti-me ainda maior. Ele tinha vindo falar comigo. "Alinhas, não alinhas? Não é para ir às aulas, é para vir à manifestação à porta do liceu. Somos nós, os do 12.º, que estamos a organizar".
"Os mais velhos. Os grandes! Alguns já com barba. Elas com generosos decotes e curvas definidas. Os do 12.º? Claro que eu ia alinhar!", pensei.
Sinceramente já não me lembro bem qual era o motivo que levava todos a insurgirem-se, mas eu concordei com ele antes de mo apresentarem, confesso. Fazia parte daquela instituição e o que todos quisessem era o que eu queria. Nem pensar em questionar.
No dia da greve, lembro-me de ter combinado, ansiosa, com as minhas amigas e de termos ido até mais cedo que o habitual para a porta da escola assistir aos confrontos. "Eles" tinham fechado a escola a cadeado e impunham cartazes de revolta. Seria a cantina o problema? Seria o pavilhão? Seriam os exames nacionais? O que é certo é que, passados tantos anos, essa parte apagou-se da minha memória. Se fechar os olhos e tentar lembrar-me, vejo apenas uma imagem de uma multidão em fúria com cartazes desfocados.
A dada altura, lembro-me que"eles" vieram ter connosco a agradecer-nos o estarmos ali. A nossa presença era essencial, diziam-nos eles. Era preciso mais gente a apoiar a causa. Eu tinha mil borboletas, loucas no estômago, a agitarem-se com tanta atenção. Tremia de alegria. Eu era importante. Eu era essencial! Esse dia marcou-me, não tenho dúvidas. Mas o que me deixa triste é o facto de o dia ter marcado pelo evento, pela festa em si, pela adrenalina, pela atenção que nos deram, e não por aquilo que estava a ser debatido ou pelo que depois mudou.
Serve esta história para explicar que, no passado Sábado, tal como no último dia 15 de Setembro, é neste episódio que penso. Porquê? Porque sinto que pouco se debateu. Porque sinto que houve tristeza, revolta e desilusão, mas não houve um debate público ou apresentação de sugestões. E baseio-me no que vi escrito do movimento, nos cartazes apresentados ou nas pessoas entrevistadas. "Que se lixe a Troika! O povo é quem mais ordena" foi o mote. Mas, para mim, foi pouco esclarecedor.
Sei que as taxas de desemprego atingiram números nunca vistos em Portugal. Os impostos aumentaram. Os salários diminuíram. A dívida pública aumentou. A "crise" passou a ser das palavras mais repetidas por todos. Por todos o lado, multiplicaram-se os pensamentos negativos. Todos prevêem que o cenário negro se mantenha. Os sorrisos escasseiam. Concordo com tudo isto.
Mas o que não compreendi ainda é o que defendem, especificamente, estes milhares de pessoas que saíram à rua. O que sugerem. As alternativas que apresentam. E era isso que gostava de ouvir: que alternativa? Sim, o país está mal e é impossível negar. Mas vamos fazer o quê? Vamos criar empresas, vamos criar emprego? Vamos reduzir o consumo? Vamos esquecer o plano da Troika? E fazer o quê, em alternativa? Não pagamos as PPP? Avançamos com o TGV? Mais auto-estradas ou não? Era isto que gostava realmente de ver ser discutido hoje: ideias. Ideias. Ideias. E sugestões.
Faz-me confusão ver tanta gente mobilizada e perder-se uma oportunidade única de dinamizar um debate a essa escala. Sinto que a criatividade foi desperdiçada em cartazes, cânticos, insultos variados e formas de protesto. Estão no seu pleno direito, claro, mas sinto que a manifestação se dispersou. Todos estão contra o estado do país. Certo. Todos querem apresentar uma moção de censura ao Governo. Muito bem. Mas agora o Governo faz o quê? Percebe que estamos todos descontentes, mas altera o rumo em que sentido?
Ora, foi por não saber responder a todas estas questões que ainda não me apanharam a cantar a "Grândola, Vila Morena", a participar em manifestações ou a gritar contra a Troika. Porque, até agora, se o fizesse, estaria apenas a repetir aquela façanha dos meus 12 anos: estaria a juntar-me a uma manifestação sem perceber exactamente aquilo que estava a defender. Sei que me sinto descontente com o que recebo ao fim do mês. Sei que cortei nos gastos como nunca. Sei que ando um pouco pessimista. Mas... e agora? O que vou fazer para mudar? O que vamos todos fazer para mudar? Ideias precisam-se. E optimismo, muito optimismo.

22 comentários:

  1. Comecei a ler o blog sexta feira e gostei tanto que fui ler desde o inicio! Parabéns =) E quanto a este post, estou plenamente de acordo, nunca tinha lido nada sobre crise e manifestações que fosse tão de encontro ao que sinto. É fundamental criar ideias sobre possíveis caminhos e debatê-las em vez de ser só:
    Estou contra estas medidas!
    E o que faria em vez disso?
    Não sei, estou só contra!

    Infelizmente tornou-se a saída mais fácil...

    ResponderEliminar
  2. Aqui está uma óptima opinião em relação as manifestações que se tem feito...até agora não fui a nenhuma (embora esteja desempregada e descontente), pois não sabia bem o que iria lá fazer e se valia realmente a pena! este texto explica bem porque não fui!

    ResponderEliminar
  3. A minha sugestão: Contratar políticos escandinavos e holandeses e pagar-lhes o dobro do que ganham lá com direito a tradutores 24h/dia. Ficar-nos-ia muito mais barato. O mau sai-nos sempre muito caro.

    Romântico à Forca

    ResponderEliminar
  4. Revejo-me no teu texto e CONFUSÃO e IMPOTENCIA, é o que sinto...Eu também ainda não participei em nenhuma manifestação, em primeiro lugar porque não tenho qualquer ligação, seja a partidos, ou centrais sindicais, etc..e depois, e principalmente, porque me pergunto: ok, certo, isto está mal...muito mal...e soluções?? Será que o facto de ir para a rua gritar e cantar, ou simplesmente "go with the flow", vai mudar alguma coisa? Fiquei ainda mais confusa, porque o meu pai, pela primeira vez, foi "manifestar-se" neste último sábado, e comentou: onde estão os jovens?? Só vi gente com a minha idade...são vocês que deveriam estar a revoltar-se para tentar mudar o vosso futuro...
    E pergunto: Qual é a solução??

    ResponderEliminar
  5. Bem, reitero o que disse no outro post, e subscrevo o que escreveste. Creio que muitos dos que foram à manifestação de Sábado estão nas mesmas condições que tu mas, por influência de 3ºs e proximidade com o local dos acontecimentos lá põe os pés ao caminho.

    O que gostava de ver mesmo era sugestões para tirar o país do buraco onde se encontra. É claro que é dificil senão impossível dizer "daqui a 10 anos está tudo bem e somos um povo feliz" mas esses dez anos iam custar muito menos a passar que os ultimos dois que foram de indecisão.

    ResponderEliminar
  6. Anónimo15:09

    Parabéns pela coragem de emitir um parecer que vai contra a moda do momento! Dizer mal por dizer não acrescenta nada…além que sempre foi mais fácil dizer mal que bem! Embora também esteja revoltado com muita coisa….não são estes tipos de ações que irão melhorar alguma coisa…ou será que vão!?!?! Julgo que não, dai ter apreciado bastante o texto apresentado e o estar a manifestar desta forma!

    ResponderEliminar
  7. Anónimo16:24

    Muito bem! Concordo com tudo o que escreveu, como a Pippa, nunca participei em nenhuma manifestação. Faz-me alguma confusão, ver gritos de 'guerra' e nada mais, nada a acrescentar, às vezes só mesmo a revolta de não estar entre os boys, desta vez. Como a maioria dos portugueses, esta situação também me angustia, também se reflecte no meu orçamento, mas na verdade... Quem grita nas ruas, quem se insurge em protestos, terá solução?? Faria diferente? Se fossem diferentes seria para melhor? O vazio da nossa sociedade é efectivamente esse. E a rebanhos nunca pertenci, quando dou a cara tenho que acreditar, tenho que ter a certeza que é o certo naquele momento... Uma questão de princípios. RCM

    ResponderEliminar
  8. Anónimo17:16

    Fui pela primeira vez a uma manifestação neste ultimo sábado, e posso dizer que me senti como te sentiste no Liceu..senti que fazia parte de algo maior do que eu! posso dizer que para mim era inconcebível não ir à manifestação..vendo bem todo o panorama: estou a terminar o meu mestrado, não tenho perspectivas de trabalho no meu país, e para além disso, vejo que o meu pai se esforçou tanto ao longo de toda a sua vida activa, para que, após de reformar..são lhe impostos cortes atrás de cortes na pensão...para mim ficar em casa, não seria tambem uma solução, e nao estou disposta a desperdiçar o nosso "tempo de antena" em casa. obviamente esta é só a maneira como vejo as coisas.. concordando com o que disseste.

    ResponderEliminar
  9. Anónimo17:17

    Leio o seu blog há pouco tempo...mas desde que o li pela primeira vez venho aqui todos os dia... nunca comentei apesar de muitas vezes pensar em fazê-lo, mas hoje não podia deixar de o fazer! Sou mais uma licenciada desempregada que olha para o futuro e não sabe bem o que a espera…devia ter estado na manifestação? Devia, se achasse que isso ia trazer soluções…tenho exactamente a mesma opinião que a sua, acho que não basta criticar, que não é assim, que são muitos impostos, muito sacrifício…sugiram soluções… é isso que é preciso SOLUÇÕES… e parabéns pela coragem de escrever este post…

    ResponderEliminar
  10. Anónimo17:19

    Há quem discuta, quem tente apresentar ideias e alternativas:
    http://www.congressoalternativas.org/

    Rute

    ResponderEliminar
  11. Compreendo tão bem e subscrevo tanto as tuas palavras. Há 2 anos quando se deu a primeira manif desta "época de crise e troika" eu dizia exactamente isto: "Porque é que é tão importante irmos todos e sermos muitos? Porque é que se eu digo que não vou me chamam de preguiçosa? Porque é que não consigo ler nos manifestos ideias práticas?" e é isso que continuo a sentir muitas vezes.

    Vejo muita gente nas redes sociais a pressionar toda a gente para as manifestações, para dizer "PARA A RUA" mas são as mesmas pessoas que tem casa, carro, emprego, comida na mesa, férias noutro país até noutro continente e se revoltam... Não consigo ser assim. Eu tenho sorte de ter uma vida "fixe" e não consigo ir a manifestações, porque escolho sempre estar a trabalhar nos meus projectos, a cultivar paixões e melhorar a minha vida. Sei que tenho sorte. Compreendo quem vá, mas não compreendo porque se faça números. Vejo muito poucas pessoas a fazerem coisas realmente pelo bem da mudança, nos mais pequenos níveis até aos maiores. Não ouço falar nelas. Ouço só falar da crise e ouço muito pouco falar sobre os senhores que deviam estar todos atrás das grades.

    Espero que sujam movimentos com ideias locais mais práticas, eu pelo menos localmente tento fazer o que posso com os poucos conhecimentos que tenho.

    ResponderEliminar
  12. pois, eu tambem concordo contigo em alguns pontos. Não fui á manifestação porque não pude e, além disso, moro no interior onde as manifs não têm o impacto das grandes cidades. De qualquer das formas, acho bem as pessoas manifestarem-se, porque os portugueses t~em de mostrar o seu descontentamento de alguma forma, caso contrário os políticos pensam que andamos todos contentes da vida.
    Não concordo com as sugestões de demissão do governo, apenas porque acho que no fundo eles estão a tentar fazer o melhor que podem e tenho a certeza que se fosse pra lá outro governo, a coisa ia ficar igual ou pior! Acho que sim, o povo, a oposição, deve lançar ideias, mas o facto é que estas escasseiam, porque no fundo ninguém sabe muito bem o que pode ser feito. Pra mim era apostar na agricultura, criar estágios remunerados (ainda que pouco), incentivar as PME e não aumentar impostos.
    Enfim, mas eu não sou governante nem aspiro a isso, eles é que têm de trabalhar em conjunto para nos tirar deste buraco. Outra coisa, não ouvi ninguém do governo comentar a manif, não sei se foi distracção minha ou verdade, mas se foi é triste.

    Beijinhos e desculpa o testamento!

    ResponderEliminar
  13. Anónimo18:40

    Discordo em absoluto com o teu post, aliás espanta-me que o tenhas escrito. Acho que todos deveriamos ter aulas de civismo na escola assim era mais fácil perceber que num pais democrático (onde se escolhe por maioria quem deve ou não governar o país), as manifestações são uma forma de protesto válida se não estamos de acordo com as politicas do governo,elas são barómetro da sociedade. Não pode caber ao povo a grande missão de resolver os problemas económicos e encontrar soluções rentáveis para o país, o que se pode dizer é basta com os cortes, basta com a subida do Iva, basta com o desemprego crescente. Será que o povo pode criar empregos com esta economia? Podemos consumir mais se temos metade do salário? Naõ deixa de ser irónico que sem a "Grândola, Vila Morena" não pudesses escrever este post, não viveste a revolução de Abril nasceste em liberdade como todos os comentários acima mas todos amamos o que ela nos trouxe. E agora? Acham esta manifestação tão diferente do 25 de Abril?E se é desta que mudamos o mundo, o país? Em Abril também diziamos basta...e mudou muita coisa.

    ResponderEliminar
  14. Estamos numa fase em que a única coisa que se grita é "está mal!". Tudo o que se faz está mal feito, mas ninguém tem as bolinhas no sítio para dizer como é que se devia fazer.

    Concordo absolutamente com o post...

    ResponderEliminar
  15. Concordo plenamente que estas manifestações são um vazio no que diz respeito a ideias para mudar o rumo do país. Muitos dos que saíram à rua dizem lutar pelos direitos dos mais pobres, mas não fazem ideia do que isso é. São os chamados manifestantes profissionais, que sempre que ouvem um grito se juntam à festa.
    Por outro lado, quem andou "aos berros" não tem de saber como resolver o problema. Vou usar um exemplo que alguém me deu há uns anos: "Tenho uma fuga de água em casa. Para resolver o problema, chamo um canalizador. Tratou da reparação, paguei... A fuga de água continua, cada vez pior. Um detalhe: eu não sei como resolver o problema, eu não faria melhor que o canalizador. Mas tenho ou não o direito de reclamar???"
    O mesmo se passa com os nossos políticos. Não tenho dúvida de que qualquer outro que estava no boletim de voto em 2011 faria pior, muito pior. Mas sei que o país está mal e precisamos de mudar isto.

    ResponderEliminar
  16. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  17. A ideia com que fico ao ler este post é que só temos direito à manifesação, se tivermos solução para os problemas, que curiosamente é dever e obrigação do governo que elegemos, ou não, um grupo de pessoas que se propôs a apresentar soluções com base em determinados pressupostos! E na minha opinião, se não cumprem essa obrigação o nosso direito e dever como cidadãos é pedir por contas, manifestarmos esse sentimento nas ruas, participar civicamente por forma a que sejam convocadas novas eleições para que se possa dar lugar, aí sim, ao debate sério de alternativas, opções, soluções, mas por quem de direito e com competência e conhecimento para tal! Como é obvio como cidadãos temos sempre direito de participar civicamente, juntarmo-nos a partidos, plataformas, movimentos que contribuem directamente para esse debate! Mas isso não pode ser um requisito à priori para demostrarmos descontentamento! Atenção sempre no respeito e civicamente, sem insultos, actos de violência ou sequer puro anarquismo! Pippa gosto mto do seu blog, e com este post fiquei ainda mais certa da minha admiração, mesmo não partilhando da sua opinião, ou pelo menos, da minha interpretação! Muitos parabéns!

    ResponderEliminar
  18. Anónimo23:23

    O lema da manifestação é simplesmente ridículo!! Q se lixe a troika? WTF?! E depois? Ficamos com a divida, saímos do euro e passamos todos a viver nos limiares da pobreza! É isto que querem? Poupem-me! Ha-que ser um bocadinho critico e pensAr 2segundos no que dizemos.

    ResponderEliminar
  19. Anónimo23:41

    Concordo plenamente! As coisas estão mal e todos sentimos isso, mas a culpa também é nossa, não soubemos por um ponto final nos governos que nos tem vindo a destruir nos últimos anos e agora querem acabar com este a quem calhou a batata quente e que se viu obrigado a, finalmente, tentar resolver alguma coisa. O governo pode mudar, mas isso não vai alterar os prazos e as obrigações a que estamos sujeitos, que se lixe a troika?! acho que se vê logo que os promotores da manifestação são pessoas que não sabem o que se passa, nem a função da troika aqui.
    É preciso mudar a mentalidade dos portugueses, andamos anos a viver acima das nossas possibilidades (tanto governo como familias) e agora por muito que custe temos de pagar por isso!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Anónimo16:16

      Eu nao tenho que pagar por isso! Vou pagar, mas não tenho que, não devia ter que...
      Eu só pago o que consumo! Deveria ser assim! O governo viveu e ainda vive acima das suas possibilidades, senão veja, como é possível um ministro ter 13 motoristas? Isto é despesismo! Os cortes começam por cima, no topo da tabela. Não é preciso mudar a mentalidade dos portugueses. O que é preciso é que os politicos que governam este país, imponham a si próprios os cortes que impõem ao povo. QUE SE LIXE A TROIKA!

      Eliminar
  20. Anónimo16:21

    Pippa, hoje não posso concordar consigo. Vivemos num estado de direito, onde podemos nos manifestar publicamente, e assim devemos exercer esse direito, quando sentimos que estamos a ser roubados! É óbvio que á TROIKA vamos ter que pagar, e não somos nós que temos que arranjar soluções. O Sr. Pedro Passos Coelho quando andava a fazer campanha, fez promessas e não as cumpriu. E isto por si só, é razão para manifestarmos o nosso repúdio. Podemos e devemos nos manifestar. Manifestar significa dizer: Não concordo! e foi isto que as pessoas foram fazer. Foram dizer que não concordam. Se serviu para alguma coisa? Provavelmente não! Mas ao menos sabem que o povo que os elegeu não está contente com as suas políticas. E eles estão lá para nos servir e não o contrário. Tenho dito...

    ResponderEliminar
  21. Anónimo18:01

    Em primeiro lugar, explicar que cheguei ao seu blog, por intermedio de amigo, que em meio a conversas, sobre o assunto a que se refere o post. Esse meu amigo, concorda em quase absoluto, com o que escreveu no post. Eu (apresento-me como um participante da manifestação no Porto), não comungo com o que pensa e escreve. Peço desculpa, mas sem querer ofender, parece um conto escrito para crianças. Pois conta uma história, onde partilha o seu encanto, por aquela data, a deixarem ser personagem de um ato de “carneirismo” e como isso a fez feliz. Que quero dizer com isso, nós (os que pensam contrario e foram se manifestar), por certo não alinhamos em “carneirismos”, fomos para a rua em primeiro de tudo, dizer, que estamos profundamente descontentes, com o estado deste país e que não pode seguir assim. Só por isso, penso que já valia a pena sair a rua. E valeu. Depois, dizer, o espaço era livre ao povo, para se exprimir e que não precisamos de seguir “só”, os pensamentos e propostas de outros. Tenho 37 anos e trabalho (para minha sorte, tenho também recebido o ordenado todos os meses), a 22, não tive(infelizmente para mim), o papá, para aparar as ocorrências e aprendi a que só posso estar tranquilo e feliz, se os meus semelhantes, tiverem no mínimo o que tenho (não, não sou comunista). Por isso, outra razão, porque fui a manifestação e cantei o Grândola, foi por solidariedade, com quem sofre e está desesperado.
    Propostas? Muitas, ao contrario do que escreve, devemos acelerar o consumo, incentivar o credito as empresas, para que assim se crie riqueza e mais importante, emprego. Devemos punir os prevaricadores, não podemos cortar no Social, para pagar “brincadeiras”, como o BPN, O Estado, deve dar o exemplo na alavancagem da economia e canalizar, algum do dinheiro que possui, para investimento em obras publicas..Mais uma vez criar emprego. Sem dinheiro, nos bolsos das pessoas, não consumo, logo, não há impostos, logo o défice aumenta. Poderia, enumerar umas quantas outras propostas, contudo fica esta ideia base.
    Para terminar digo: Vai valer a pena

    ResponderEliminar