quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Oferecem-se iphones

Há uns tempos, o meu telemóvel pessoal, de marca Blackberry, modelo Bold 8900, caiu de cabeça em cima de paralelo e "faleceu", achava eu, com a tenra idade de dois anos e meio. Fiquei triste, disse umas palavras finais, um discurso a enfatizar as suas qualidades e tratei do funeral. Ainda mal refeita da tristeza, e a atravessar o período do luto, peguei num Nokia E51 que tinha em casa, troquei o cartão e retomei um telemóvel com pouco mais de dois anos, mas ainda em bom estado.
Ora, subitamente, apercebi-me do seguinte fenómeno: não só desci na "hierarquia social" dos gadgets, como diria até que neste momento fui banida da "sociedade gadgetiana" e me encontro a viver à margem da mesma. É com surpresa que reparo que, em dois anos e pouco, passei de ser uma pessoa com um telemóvel dito "normal" para uma pessoa atípica, com um telemóvel pré-histórico. "Que telemóvel é esse?", perguntam-me com desdém frequentemente.
Em qualquer mesa que me sento, o meu Nokiazinho amoroso sente-se envergonhado e pede abrigo, perante a hegemonia de Iphones 4 e 5, que rapidamente dominaram o mundo dos telemóveis. Sente-se excluído, não fala a língua dos BBM, WhatsApp, Viber, Imessage, etc. É como se, de repente, fosse uma personagem de um filme mudo em que ninguém o entende.
O que aconteceu nestes dois anos, minha gente? O meu BB estava afinal em coma e encontra-se em recuperação. Mas quando acordar, vou ter que lhe contar que o mundo mudou. E que devem andar a vender Iphones num canto qualquer que ainda não descobri.

2 comentários:

  1. Agradeço que quando encontrares esse canto partilhes! Porque é realmente impressionante a quantidade de gente que tem um telemóvel que custa mais de 500€!!!

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  2. Saudades do meu BB

    homem sem blogue
    homemsemblogue.blogspot.pt

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