segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Homens vs Mulheres #2

... Ainda sobre as diferentes posturas masculinas perante as questões do dia-a-dia.

Esteve uns dias fora, em trabalho. Reencontrámo-nos, eu a tentar conter o sorriso que parecia não me caber nos lábios. (já há algum tempo que não ficava assim) Passado uns minutos a matar saudades:

Ele: "Ora bem, tens ido correr?"
Eu: "Siiiim, eu disse-te. Tenho ido sempre, umas vezes com mais preguiça, mas vou!"
Ele: "Óptimo, e a partir de agora já tens roupa de corrida a sério." (diz, muito orgulhoso, enquanto abre a mala e tira uma t-shirt e um casaco da marca preferida dele. De carros, diga-se de passagem)
Eu: "Ohh que queridooo!!!" (a verdade é que, apesar de não ser tipicamente feminino, faz-me lembrar a roupa daquelas miúdas que costumam estar no pódio a dar os prémios e champanhe aos corredores vencedores. Bem giro, portanto.).
Ele: "Olha, e também trouxe isto, mas se andas a fazer desporto e a ter cuidado com a comida, não é para comeres tudo duma vez, vê lá!" (acrescenta, com ar de mau, e mostra-me para aí dez sacos de gomas).

E ele nem sabe ou imagina o quanto eu adoro este agridoce. Este fingir que é mauzão, enquanto me dá mimos. Ou os "acooordaaa, mongaaa!!", aos Sábados de manhã, enquanto me leva o pequeno-almoço (à inglesa, acrescente-se) à cama.

Podia ser mais meiguinho às vezes? Podia. Mas sinceramente, acho que são as pequenas imperfeições que nos tornam adoráveis. Acredito que só conhecemos verdadeiramente alguém quando ficamos totalmente à vontade um com o outro. E isto é válido entre casais ou entre amigos. Quando fazemos demasiada cerimónia com alguém, é porque ainda não desceram todas as barreiras. Pensem nas pessoas mais próximas de vocês. Têm que pedir licença para abrir o frigorífico quando estão em casa deles? Podem falar das vossas histórias mais privadas? Eu adoro chegar àquela fase das relações (e repito que o mesmo se aplica aos amigos) em que podemos falar de tudo, em que nos tornamos totalmente íntimos e deixamos de pensar no que dizemos ou na forma como o fazemos. Porque acredito que é nesse ponto que as pessoas se tornam mais profundas, mais interessantes, mais tridimensionais e com uma vulnerabilidade que só consigo qualificar como adorável. Somos bichinhos tão espectaculares, que não nos conhecermos verdadeiramente uns aos outros me parece um profundo desperdício.

3 comentários:

  1. o "acorda, monga" está brutal! ahahahah. tão brutinho e tão amoroso ao mesmo tempo

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  2. Pequeno almoço à inglesa na cama, pode ser com acorda monga, pode ser de qualquer maneira.
    Afinal, as acções compensam as palavras. E até tem graça.

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  3. Lá arranjaste palavra para isso: agridoce! Ahah, o meu não tem tendências de mauzão :(

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